viernes, 15 de febrero de 2013

A ALCA E O MERCOSUL


 A ALCA

É Um projeto de integração hemisférica, defendida pelo governo e setores empresariais privados dos EUA para controlar a América Latina e Caribe. Procura  impedir iniciativas regionais como o Mercosul para criar as condições perfeitas para a hegemonia dos EUA no hemisfério e no mundo.
Na ALCA procura a livre mobilidade de capitais e bens, mesmo que a desregulamentação dos serviços. Pretende revogar os regimes de preferências de contratação governamentais vigorantes.
EUA acredita que o acesso livre mercado para os produtos agrícolas e agroindustriais é uma questão sistêmica que precisa ser discutido e negociado na OMC.
A desregulamentação de serviços, tais como educação, saúde, gestão, uso da água; geração, transformação, distribuição e fornecimento de eletricidade, etc. implica não manter a nacionalização destes serviços, agora transformados em mercadorias.
Também não haveria livre circulação de pessoas. A livre circulação dos trabalhadores não está presente na mesa de negociação, ao contrário do que aconteceu na experiência europeia.

O MERCOSUL

É uma união aduaneira ou espaço utilizado predominantemente para fazer negócios por produtos agroindustriais, energia, combustíveis e automóveis, entre outros.
Procura juntar as pessoas (e não apenas os cidadãos), com a participação de corporações econômicas, sindicatos, organizações não governamentais (ONGs), movimentos sociais, órgãos governamentais, universidades, institutos de ciência e tecnologia, pequenas e médias empresas (SMB), o movimento cooperativo, etc.
Favorece a livre circulação de capitais, mercadorias, serviços e trabalhadores. Também permitem regime de compras governamentais da livre concorrência, harmonização e aplicação imediata de certas regras no espaço aduaneiro comum.

BREVE ANALISE COMPARATIVO

A ALCA é um modelo de regionalismo aberto que não se parece com a União Europeia. Não é um regionalismo protegido para facilitar o desenvolvimento industrial e tecnológico, ou experiências nacionais que permitiram o desenvolvimento industrial e tecnológico dos seus países membros.
A ALCA contém disposições e regras que atuam como uma defesa contra os concorrentes da Europa e da Ásia, mesmo que o dólar governa as transações no interior do acordo.
A ALCA envolve uma integração par lá das fronteiras, que procura penetrar e se apropriar de setores ou de recursos-chave dos mercados domésticos.
O MERCOSUL, por sua vez, é um espaço protegido, que poderia chegar a ter coordenação macroeconômica e uma moeda comum que possibilitasse uma arquitetura horizontal uniforme. Mais até agora, os países membros do bloco tem marca quando atravessam a fronteira do país vizinho.
Enquanto a ALCA promove um modelo neoliberal impulsionado pelas grandes empresas privadas, o MERCOSUL prevê a formação de organismos supranacionais que regulem os agentes econômicos privados. No entanto, embora os países do MERCOSUL tenham promovido a participação de diversas organizações sociais, ainda existe um longo caminho a percorrer.

A ALCA representa algum perigo, podendo provocar o desmantelamento do MERCOSUL?

Eu acho que isso depende da evolução do MERCOSUL e da evolução da ALCA também.
Se o MERCOSUL permanece débil, vai continuar sendo compatível com a ALCA, mas se se converte numa comunidade de nações que tenham instituições supranacionais em convergência para abrir-se ao mundo, então seria incompatível com ela.
A ALCA pode colocar as nossas economias em um FTA hemisférica prejudicial para a nossa sociedade, e a subordinar os direitos dos cidadãos e dos povos do MERCOSUL, aos direitos económicos de empresas sob uma nova constituição global. Estas empresas estão mais interessadas ​​na criação de um grande mercado hemisférico do que uma estrutura institucional que favoreça as sociedades latino-americanas.
A consolidação da ALCA representaria o fim do MERCOSUL, pois seria a total expansão da NAFTA (composto por EUA, Canadá e México) sobre os restantes dos países latinos, excluindo apenas Cuba.

Com a consolidação do bloco (MERCOSUL) a comercialização com pode ser prejudicada?

Em contraste, um MERCOSUL que fortaleça o seu projeto, que preserve um espaço para decidir autonomamente sobre as suas políticas industriais, tecnológicas e socioambientais, que alcance o desenvolvimento econômico e social e relações plurais que melhorem a qualidade de sua inserção em um mundo global, não é apenas uma opção, mas um destino desejável.
Este mundo global, não só deve incluir aos EUA e resto da América, mas também com a China, Japão, Índia, resto da Ásia, UE, Rússia, Oriente Médio, África, Austrália e Nova Zelândia.
Os Estados Unidos têm uma balança comercial altamente positiva com os países da América do Sul, e seria terrível para ele perder seu espaço nas relações comerciais com estes países, devido uma maior supremacia econômica destes, porque o cone sul é uma importante região para a venda de produtos norte-americanos.

Fontes de pesquisa

MERCOSUL – Um Mercado do Sul, Revista de História Contemporánea, N. 1, Marcos Cândido Mendonça, Rafael Lopez, Thiago Gomide, Ricardo Costa de Faria, Nayhara Freitas M. Gomes, Estudantes do Curso de Geografia / Departamento de Artes e Humanidades-UFV, 2008.

LA COMPETITIVIDAD DEL MERCOSUR FRENTE AL ALCA, Jorge Lucángeli. Dísponivel em http://www.cei.gov.ar/userfiles/lucang_t.pdf
Cfr. R. Ruggero. “De cara al futuro: la política de comercio internacional en la era de la OMC”. Fundación Sylvia Ostry. Mayo 28 de 1996. Ottawa. Canadá.www.wto.org/spanish/news

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